Eduardo Mesquita

Cuidado com a Gaiola Dourada

Você está presa (o) e nem percebeu.

Isso é ruim, mas pode ser pior: você saber que está numa prisão e não fazer nada para sair disso. E eu explico, não se trata de alguma infração penal que te limite os movimentos, o famoso “ir e vir”. Mas sim uma situação profissional muito mais comum do que deveria ser, que gigantescas quantidades de pessoas vivem hoje, se mantendo no mesmo lugar por eras a fio, sem buscar novos desafios, novas aventuras ou novos resultados.

E antes que possa parecer, eu não estou condenando ou criticando quem optou por se dar por satisfeito e não quis buscar novos horizontes. Sim, eu admito que existem pessoas felizes e satisfeitas, que não estão querendo nem fazendo nada além da sua atual situação profissional. Gente que acha a palavra “promoção” somente uma abstração geral em tempos de tanta insegurança no ambiente corporativo.

Eu abordo esse tema com frequência, principalmente por uma mudança de visão e atitude que eu vivi na minha vida. Eu sempre acreditei que no mercado corporativo TODO MUNDO queria crescer. Eu achava que todo mundo queria ser gerente, diretor, ter maiores salários e mais reconhecimento. Me era impossível imaginar alguém que ganhasse um salário mediano, tivesse uma função operacional e – podendo ir além – se desse ao direito de optar permanecer. Podendo “ser mais” preferisse “ser o mesmo”. Me soava estranho esse conceito.

Mas aprendi que existem pessoas verdadeiramente felizes e satisfeitas com o que alcançaram. Não querem mais desafios, não querem mais responsabilidades, avaliam que a posição atual é inatacável e suficiente. E tá tudo bem! É uma escolha. Arriscada, eu considero, mas uma escolha. E isso faz muita diferença, porque se é uma escolha, é algo consciente, feito por vontade e não por inércia.

Quando essa decisão de “não crescer” acontece por inércia, o risco é maior. E por inércia, estou me referindo às pessoas que estão fazendo o que devem fazer, todos os dias cumprindo seus papeis e atendendo às expectativas do ambiente, mas sem olhar para cima ou para frente. Acreditando firmemente que aquilo ali é o máximo possível, considerando que já chegaram aonde poderiam. Percebe a diferença? Uma pessoa decide que não quer mais. A outra acredita que não consegue mais.

E não poderiam estar mais errados, estes segundos. Estes que agora estão sentados na Gaiola Dourada e não percebem. Se diminuem e não se valorizam, menosprezam sua história e seus resultados, se conformam com o pouco que tem, ao invés de buscar o muito que podem. Eu vejo isso acontecer no mercado corporativo todos os dias. Gente que poderia estar voando, mas anda no chão arrastando suas asas poderosas, se limitando por acreditar que suas asas não lhe servem para nada. E achando lindas as grades ao seu redor, usando argumentos para justificar estar ali.

Eu sei que esse texto vai ser lido por gente assim. Gente que acredita que já alcançou tudo que podia. “Para mim isso aqui tá bom demais, eu nem acredito que consegui tanto”. E se alimentam do alpiste servido, olham pelas grades amareladas pelo tempo (a gaiola não é dourada por ser de ouro, mas por ser velha e embolorada. Terror!) e se sentam no seu jornal da semana passada. Não precisa ser assim. As possibilidades de crescimento em um mercado que valoriza conhecimento e resultados são infinitas. Existem tantos outros caminhos que ainda não foram trilhados. E não buscar isso por acomodação alimenta angústia e insatisfação.

Porque você ainda se ressente do que poderia ter sido. Você ainda olha para outras pessoas que crescem na sua organização e sente vontade de estar no lugar. Você ainda pensa em como poderia ser. Pois já muda isso, não “poderia ser”, e sim “pode ser”. Eu trabalho na minha mentoria com pessoas que sabem que podem e querem crescer, mas que se encontram patinando no mesmo lugar. Fala comigo, entra em contato, eu posso te ajudar a abrir essa gaiola e deixar suas asas dominarem o céu.

Há braços!

Eduardo Mesquita

@oeduardomesquita

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